07 abril, 2016

E se fosse eu?


Nos últimos dias, tem decorrido a campanha 'E se fosse eu?' que, basicamente, consiste em colocarmo-nos no lugar de um refugiado e pensar naquilo que levaríamos numa só mochila, caso tivéssemos de fugir de um dia para o outro. Para ser sincera, não consigo sequer imaginar estar na pele dessas pessoas. E quando tento, só me apetece desatar a chorar. Pensar na possibilidade de ter de fugir de uma guerra, deixando tudo para trás, é assustador, assustador demais. Mas, retomando a ideia central, se tivesse de fugir o que levaria na minha mochila? Em primeiro lugar, duas fotografias: uma dos meus pais e outra dos meus avós. Levaria também o meu telemóvel+carregador (se bem que de pouco serviria). Levaria o meu livro preferido, um caderninho e uma caneta. Levaria ainda uma garrafa de água e alguns medicamentos. E levaria também um punhado de terra guardado num saquinho de plástico, para que, sempre que apertasse a saudade, a pudesse cheirar e tocar, para nunca me esquecer de onde vim, para nunca deixar esmorecer a esperança de um dia regressar. No fundo, é dessa mesma esperança que todas as pessoas que fogem dos seus países, e de uma guerra que não é delas, se alimentam. Acredito que é essa esperança que as faz sobreviver, dia após dia. Repito que é muito difícil sequer imaginar tal sofrimento. É por isso que sinto tanta compaixão por essas pessoas. É por isso que agradeço, todos os dias, o facto de viver num país com paz.

6 comentários:

  1. Nos últimos dias tenho pensado nisto (até porque vários alunos trouxeram um trabalho acerca disto).
    Sinceramente, acho que levava apenas coisas que me fossem úteis...neste momento não me sinto "presa" a nada nem ninguém!

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  2. Viste o contributo da Joana Vasconcelos para esse exercício? Foi medonho! Pôs-se a dizer que levava as jóias portuguesas e novelos de lã para qualquer eventualidade. Seria cómico se não fosse tão grave.

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  3. Por cá não foi no âmbito de uma campanha, mas fiz um jogo (em grupo) com a mesma ideia, e foi muito difícil. Houve até quem começasse a chorar durante o jogo. Há realmente que ter noção da sorte e das bençãos que temos, apesar de todos nós termos as nossas próprias dificuldades. Bom fim-de-semana.

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  4. Estou como tu...é tão difícil imaginar-me nessa situação, nesse desespero. Ter que deixar tudo para trás porque ou era isso, ou a nossa vida...que horror. E não uso esta expressão com leviandade.

    Jiji

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  5. Não consigo pensar no desespero que essas pessoas sentem. sinceramente não faço ideia do que levaria na mochila se fosse eu, mas provavelmente não teria uma selecção muito diferente.

    Bjxxx

    Espero ver-te em breve em
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

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  6. Eu não consigo imaginar o que eles passam, nem quero sinceramente, e espero nunca precisar. Lamento que as coisas sejam assim e que o mundo se esteja a auto-destruir e que essa destruição seja feita por nós, seres humanos, mas não quero sequer imaginar como seria.

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