[Fotografia da minha autoria]
A Páscoa já não é o que era. Deixou de o ser há algum tempo. Já não tem o cheiro a rosmaninho e alecrim com os quais, eu e o avô, fazíamos o tapete que receberia o compasso. Já não tem o sabor das amêndoas sempre dadas antes do tempo, tal era o meu grau de gulodice. Já não tem o aroma do pão-de-ló gigante sobre a mesa. Já não tem a melodia das gargalhadas e dos sorrisos que faziam daquele dia um dia especial. A Páscoa já não é o que era. Já não há rosmaninho nem alecrim. A minha gulodice pelas amêndoas é muito menor. O pão-de-ló passou a ser um doce que já não me cativa. E a casa das gargalhadas e dos sorrisos está hoje fechada e entregue às memórias. Era a casa dos meus avós, que já lá não estão. A Páscoa só fez sentido enquanto eles estavam cá. Porque era um festejo muito querido e importante para eles. Deixou de o ser. Agora é apenas um Domingo como todos os outros. Assim como assim, desejo-vos uma Páscoa muito feliz, recheada de coisas doces e muito amor. Se for o caso, aproveitem para dar um beijinho e um abraço especial aos vossos avós ou às pessoas que vos são mais importantes. No fundo, é isso que importa.
De facto é isso mesmo que importa...
ResponderEliminarEspero que ainda assim tenhas um boa Páscoa minha querida!
O teu texto fez-me recordar o poema "No tempo em que festejavam o dia dos meus anos" do Pessoa (ou um dos heterónimos, agora não me recordo qual e tenho preguiça de confirmar no Google :P).
ResponderEliminarPara mim a Páscoa é a festividade que não me importo de não comemorar, ao contrário da passagem de ano.
Sem dúvida que as pessoas são mesmo o mais importante. Espero que tenhas tido um bom domingo de páscoa.
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