Pessoas queridas, que saudades! Há tanto tempo que não passava por cá. Os últimos tempos têm sido marcados por algumas batalhas interiores e a urgência de fazer algo novo. Tenho uma sede constante de fazer mais aquilo que me faz feliz. Escrever faz-me feliz. Mas continuar a escrever neste espaço já não me estava a fazer assim tão feliz. Depois dos últimos acontecimentos, senti que era hora de recomeçar, de mudar de ares, de estabelecer um novo conceito. Não vou deixar de escrever, apenas mudei de casa. Agora estarei por AQUI e por AQUI. E espero-vos lá, para juntos continuarmos as nossas partilhas. O amor depositado em cada palavra será o mesmo. A casa ainda está desorganizada, a precisar de arrumações mas, a pouco e pouco, tudo ficará no seu devido lugar. Encontramo-nos por lá?
Um grande beijinho. Até já :)
Quando nos acontece algo de menos bons, sentimos que a nossa energia desaparece e deixamos de ter vontade para fazer o que quer que seja. Não deveria ser assim, mas a verdade é que é o que acontece a muitos de nós. Falando por mim, sempre oscilei entre estados de euforia e tristeza, energia e cansaço, numa quase bipolaridade. Sempre me apeguei em demasia - a pessoas, momentos e lugares - o que fazia com que, quando tudo corria bem eu ficava no auge, enérgica, alegre, sem conseguir dormir, dando tudo aquilo que tinha e não tinha, esbanjando o meu coração ao desbarato. O pior era quando a pessoa ia embora, o momento terminava ou tinha de mudar de lugar. Aí começava a tempestade, os dias cinzentos, a falta de vontade para sair da cama, o não vislumbrar mais além, tudo adornado com um certo dramatismo. Tudo isto vai de encontro àquilo sobre o qual vos quero falar hoje: aprender a ser feliz.
Na maioria das vezes, acreditamos que a nossa felicidade, melhor dizendo, a razão da nossa felicidade é exterior a nós. Acreditamos que só seremos verdadeiramente felizes se determinada pessoa estiver connosco. Acreditamos que só seremos verdadeiramente felizes se conseguirmos comprar um carro novo. Acreditamos que só seremos verdadeiramente felizes quando terminarmos os quinhentos cursos que andamos a fazer. Acreditamos que só seremos verdadeiramente felizes quando alguém nos disser que somos maravilhosas, estupendas e essenciais neste planeta. E o tempo vai passando e nós sempre a adiar a felicidade à espera de que algo aconteça ou de que alguém a traga num cestinho de vime.
A verdade é que a felicidade está dentro de nós. E se não conseguirmos encontrar e desenvolver essa felicidade, nunca vamos conseguir ser verdadeiramente felizes, mesmo que consigamos ter a tal pessoa ao nosso lado, ou o tal carro, ou os quinhentos cursos completos, ou o título de miss mundo. A felicidade vem de dentro para fora. Se eu sei como é que isso se faz? Ainda não. Estou a aprender. Estou a aprender a ser feliz, um bocadinho todos os dias.
Sentir-me grata é o primeiro passo. Todas as noites, antes da minha meditação, faço uma lista mental das coisas pelas quais me sinto grata. E não são coisas megalómanas, são coisas tão simples como ter estado um dia de sol, ou ter percorrido um caminho diferente até ao trabalho, ou ter comprado um chocolate, ou ter recebido um sorriso e um abraço dos meus utentes. E é nestas pequenas coisas que reside muito daquilo que me faz sentir grata e feliz.
Depois tenho-me permitido a fazer coisas de que gosto e a aproveitar melhor o tempo que tenho livre. Tenho ido até ao Palácio de Cristal [o meu lugar mágico] sempre que posso. Ontem fui ao Jardim Botânico [há imenso tempo que não ia lá]. Vou tomar chá a sítios novos. Experimento receitas. Releio livros antigos, com outro olhar e outro entendimento. Voltei a escrever com mais assiduidade aqui. Sento-me ao sol e deixo-me ficar assim, sem pensar em nada. No fundo, tenho feito coisas muito simples e banais, mas de uma forma mais presente e consciente, aproveitando cada momento e sentindo-me feliz por poder estar a fazer aquilo.
Neste processo de aprendizagem da felicidade, estou a reaprender a amar-me mais, ainda mais do que antes. Depois do rombo que a última desilusão de causou, quero fortalecer e solidificar o meu amor-próprio. Não quero voltar a pôr-me em causa. Não quero voltar a acreditar que a minha felicidade depende de terceiros. Porque não depende. A minha felicidade depende de mim. A nossa felicidade depende de nós. E essa felicidade não pressupõe que não tenhamos dias menos bons, porque todos os temos. A diferença é que, quando somos felizes e serenos por dentro, nesses dias menos bons, continuaremos a estar em primeiro lugar, o nosso amor-próprio e a nossa essência permanecerão intactos.
Aprender a ser feliz dá trabalho. É um caminho sem fim, com alguns obstáculos, mas com alegrias e surpresas muito boas. Eu estou a aprender a ser feliz, na minha simplicidade e na minha serenidade, pondo amor em tudo aquilo que faço.
[Não podia deixar de agradecer as palavras de carinho e apoio que me deixaram na última publicação! Obrigada a todas, de coração!]
Pessoas queridas, que saudades!
As últimas semanas foram menos boas, daí a minha ausência por estes lados. Situações do coração. Desilusões. Desilusões grandes. E a tomada de consciência de que, uma vez mais, atraí a pessoa errada. Foram dias de muito choro até adormecer [e soube tão bem chorar, foi tão libertador]. Dias de angústia por não saber o que tinha feito de errado. Dias em que voltei a duvidar de mim e em que a minha auto-estima quase foi parar ao charco outra vez. Mas também foram dias de muita reflexão. Dias solitários, em que precisei de tempo e espaço para lamber as minha feridas e secar as minhas lágrimas. Noites que passei acordada, a olhar para o tecto e a passar a minha vida toda a pente fino, para tentar descobrir o que é que poderia mudar para deixar de atrair sacanas. E fez-se luz. Tive uma espécie de epifania. Um momento de lucidez absoluta. E percebi que o amor que tenho por mim tem de ser mais forte do que tudo o resto. O amor que sinto por mim tem de ser superior a todos os canalhas que cruzarem o meu caminho. O amor que sinto por mim tem de ser superior a todos os sacanas que acham, do alto da sua sabedoria, que eu não sou "suficiente" ou "de acordo com as expectativas". O amor que sinto por mim tem de ser à prova de meios-amores, de indecisos e de indivíduos que acham que a verdade deles é absoluta.
Desta forma, o conselho que dou a todas as meninas e mulheres que estão, neste momento, a sofrer de mal de amor, é que reaprendam a amar-se. Olhem-se ao espelho, no fundo dos vossos olhos, e vejam o valor que têm. Não é fácil, só vos vai apetecer chorar aninhadas no canto da casa-de-banho [sim, também fiz isso]. Mas, tal como me aconteceu, haverá um momento de revelação e o vosso amor-próprio virá ao de cima. Porque a base de tudo é isso mesmo. Se nos amarmos, se nos amarmos de verdade, não há nada nem ninguém que nos faça sentir que não somos suficientes. Porque nós somos suficientes, somos mais do que suficientes. Os sacanas que nos partem o coração é que não são suficientes para nós. Porque quem gostar de nós de verdade, nunca vai querer moldar-nos, nem criticar pela negativa, nem tão pouco menosprezar aquilo que somos e sentimos. Como diria a Helena Magalhães: o amor é outra coisa. [Já agora, vale a pena ler o livro da Helena - Diz-lhe Que Não].
Tudo isto para vos dizer que [quase] morri de amor. Mas ressuscitei. Mais forte. Mais determinada. Com mais amor por mim. Com novos projectos em mente. Com coisas boas a acontecerem [terminei o meu curso de terapia sacro-craniana, mas sobre isso falaremos em breve!!]. E com o coração aberto de novo, não à espera de um amor que me complete, mas à espera de um amor que me extravase. Porque ele anda por aí, eu sei que sim. Eu é que tenho andado distraída!