10 janeiro, 2017

Be Yogi | Superação

[Ilustração de Katrinn Pelletier - retirada daqui]

O Yoga, além de muitas outras coisas, está a ajudar-me a tomar consciência do meu corpo e da sua dinâmica. Como vocês bem sabem, sempre fui uma pessoa sedentária e preguiçosa. Nunca gostei de exercício físico. Quando andava na escola, inventava mil e uma desculpas para não fazer as aulas de educação física. Tirava sempre uma nota vergonhosa. Era sempre uma das últimas a ser escolhida para as equipas. Dar cambalhotas era uma utopia e todos os jogos que evolvessem uma bola era algo que me aborrecia sobremaneira. Essa falta de interesse em mexer o corpo prolongou-se vida fora. Já na faculdade, e depois, inscrevi-me várias vezes em ginásios mas nunca me aguentei além do primeiro mês. Começava cheia de motivação e objectivos mas rapidamente as máquinas e os abdominais me provocavam um tédio medonho.

Quando fiquei doente [não gosto nada de dizer isto mas ainda não encontrei um código para substituir este facto] foi-me aconselhado fazer algum tipo de actividade física, nada de muito agressivo, mas algo que me ajudasse no alívio da rigidez muscular e das cãibras. Como já há algum tempo que o Yoga fazia parte dos meus planos, decidi que era a altura ideal. No entanto, adiei muito a decisão de começar, efectivamente, as aulas. Isto porque pensava que a minha falta de flexibilidade, a minha preguiça congénita e a minha falta de jeito para tudo o que envolvesse tirar os pés do chão, nunca me iriam permitir fazer aquelas posturas que, na minha cabeça, eram impossíveis de concretizar. Estava tão enganada. Primeiro, porque o Yoga e toda a sua filosofia é algo que nos faz sentir integrados, ou seja, todas as pessoas têm capacidade para praticar, independentemente do seu estado físico, flexibilidade ou crença. Segundo, o Yoga provou-me que até a pessoa mais descoordenada e sem jeito é capaz de fazer as posturas. Claro que leva tempo, claro que não conseguimos fazer tudo de forma perfeita logo nas primeiras aulas. Mas o importante é a nossa vontade, o nosso querer, a nossa entrega àquele momento de amor e compreensão para com o nosso templo [o nosso corpo e a nossa alma].

Tudo isto para vos dizer que a menina sedentária, preguiçosa e descoordenada, que morria de medo de cambalhotas, hoje conseguiu fazer uma postura invertida [uma espécie de pino], com a ajuda de umas cintas elásticas, é certo, mas consegui e a sensação de superação deixou-me com um sorriso gigante o resto do dia. Quando a nossa vontade é verdadeira, não há medo nem limitação que nos pare. E quanto mais conhecemos e nosso corpo, quando tomamos consciência de cada parte que o constitui, quando conseguimos uni-lo à mente e ao coração, tomamos consciência das suas capacidades, do seu ritmo, do seu tempo. E há que respeitar esse ritmo e esse tempo, até porque no Yoga não há pressa nem pressão, apenas amor e compreensão para com tudo aquilo que somos.





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6 comentários:

  1. Gostei do entusiasmo e da paixão com que descreves Yoga. Eu confesso que gosto muito de desporto, mas Yoga ainda não consegui gostar :( Só experimentei duas vezes e não sei explicar porquê, mas tive o efeito contrário daquilo que supostamente se tem quando se pratica Yoga: a mim deixou-me tensa e nervosa! No entanto estou disposta a dar mais uma oportunidade porque toda a gente fala maravilhas dessa atividade.
    Beijinho e boa continuação ;)

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  2. Sempre quis experimentar yoga.
    Beijinhos :)
    dailyvlife.blogspot.pt

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  3. É de facto muito, muito bom. As minhas filhas praticam com muita regularidade e com uma professora fantástica.

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  4. Tenho montes de saudades de yoga. Dá uma paz de espírito!

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  5. Eu sou muito apologista da atividade física, adoro musculação por exemplo. E tinha assim um pé atrás com o Yoga até que decidi experimentar e não é nada do que apregoam (é só sentar e fazem hummmmm), muito pelo contrário. Mudei de ginásio e neste não tem Yoga, com pena, porque aprendemos a sentir músculos no corpo que parece que estavam adormecidos! É muito exigente o Yoga, gosto!

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  6. Adorei o teu post, é isso mesmo, costuma dizer-se que quando experimentas não queres outra coisa porque depois te sentes bem e o corpo pede mais, e é tão verdade :)

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