30 agosto, 2016

Solidão disfarçada



Há tanta solidão por aí. Tanta gente que, aparentemente, tem uma vida cheia mas que, afinal, se vê mergulhada na solidão. Os motivos são variados mas há um ponto em comum: a falta de algo. E esse algo pode ser amor [nas suas mais variadas formas], objectivos, sonhos, esperança, oportunidades. Tanta coisa. Há dias em que eu própria me incluo nesse grupo de pessoas sós. Não porque esteja sozinha mas porque, por vezes, me sinto sozinha. E a solidão que mais dói é aquela que sentimos quando estamos rodeados de pessoas. Sou grata por tudo aquilo que tenho na minha vida. Não tenho motivos para me queixar, antes pelo contrário. Quando saio porta fora encaro o mundo com positividade e confiança. Tenho as minhas relações pessoais e profissionais, o meu trabalho, a minha pequena rede de amigos. Consigo ser bem sucedida nalgumas particularidades da minha vida. Ofereço sorrisos a quem comigo se cruza todos os dias. Tenho sempre uma palavra de conforto ou uma mão amiga para quem dela precisar. Considero-me uma pessoa serena e tranquila. Mas, quando à noite fecho a porta do meu quarto, é como se a solidão me encarasse de frente e dissesse 'bem-vinda'. É uma sensação de estranheza, uma sensação de estar completamente deslocada, a milhas do lugar onde deveria estar. É essa a pior parte dos meus dias, o momento em que tenho de conviver com aquilo que ainda está inacabado em mim. E é nesses momentos que sinto falta de um abraço de conforto ou de uma palavra ou, tão só e apenas, de um silêncio cúmplice.

2 comentários:

  1. a pior de todas é mesmo a solidão que sentes quando estás rodeado de pessoas!

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  2. Acho que já passaste a pior parte, só tens de continuar o bom trabalho e focares-te ainda mais em ti. Vais conseguir vencer mais esta batalha querida*

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