01 abril, 2016

Leituras | D. Teresa de Távora - A Amante do Rei


"Quando Lisboa tremeu por debaixo dos seus pés, D. Teresa de Távora recordou cada uma das palavras premonitórias que o padre Malagrida lhe escrevera. Cada grito desesperado que ouvia nas ruas destruídas da cidade eram a prova de que era ela a causadora de toda aquela desgraça. Os seus atos pecaminosos. A sua beleza, a sua sensualidade, o adultério vergonhoso que envolvia a sua relação amorosa com o rei de Portugal… Depois do sucesso de D. Estefânia, Um trágico amor, Sara Rodi regressa à escrita para nos contar a extraordinária história de D. Teresa de Távora a amante do rei D. José I. Narrado na primeira pessoa e baseado numa minuciosa pesquisa, somos levados a conhecer a vida desta mulher que viveu no século XVIII. Um século marcado pelo trágico terramoto de Lisboa, a ascensão ao poder de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, e o sangrento processo dos Távora. Nesse fatídico dia de 13 de janeiro de 1759, D. Teresa viu morrer no cadafalso o seu marido Luís Bernardo, o irmão, o sogro, a sogra D. Leonor, cunhados e sobrinhos. Perdeu o nome Távora, arrancado da toponímia e dos brasões, manchado pela vergonha para todo o sempre, e perdeu a liberdade por que tanto havia lutado. D. Teresa de Távora não foi casta. Não praticou grandes obras. Não foi uma esposa fiel. Foi apenas mulher. E esta é a sua história."

Mais um romance histórico. Eu bem avisei que andava numa fase de romances históricos. Este que hoje aqui vos apresento foi o último que li. Como podem ver na resenha acima, retrata a vida de D. Teresa de Távora, suposta amante do rei D. José, cuja relação com o mesmo terá desencadeado o chamado processo dos Távora, levado a cabo pelo Marquês de Pombal e que culminou com a condenação à morte da maioria dos elementos da família Távora e com prisão de outros tantos (entre os quais Leonor, a Marquesa de Alorna, quando ainda criança). D. Teresa era uma mulher à frente no seu tempo, não se deixando manobrar pelas normas e costumes da sociedade da época, fazendo apenas aquilo que bem entendia. Dizem que era um tanto inconsequente mas, no fundo, era apenas uma mulher que queria ser livre e desfrutar dos prazeres da vida.

Este é um livro escrito de forma muito simples, sem grandes floreados ou pormenores. Confesso que senti falta de algo mais. Gostava de ver alguns episódios relatados com maior profundidade, bem como sentir mais emoção. No entanto, não deixa de ser um bom livro, principalmente porque relata dois episódios marcantes da nossa história: o terramoto de 1755 e o processo dos Távora.

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