02 janeiro, 2017

Leituras | Perguntem a Sarah Gross



Já há algum tempo que não escrevo nesta rubrica. Não porque não tenha lido [tenho lido imenso] mas simplesmente porque me ia passando. Uma vergonha, eu sei. Mas acabou. E para começar o ano, trago uma review do último livro que li - Perguntem a Sarah Gross. Este livro, escrito por João Pinto Coelho, foi finalista do prémio Leya [e agora percebo porquê]. É um livro bastante interessante, que aborda a temática da Segunda Guerra Mundial de uma forma diferente, mas nem por isso mais leve.

Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, decide atravessar os Estados Unidos para dar aulas no colégio de St. Oswald's, dirigido pela enigmática e cativante Sarah Gross. No colégio mais elitista da América, Kimberly encontra uma espécie de refúgio para se esconder de um segredo que a persegue há muito tempo. À medida que a história avança, encontra em Sarah a força necessária para pôr fim ao que a atormenta, estando longe de imaginar que o pior está por acontecer. É depois de um trágico acontecimento que Kimberly vai conhecer a verdadeira Sarah Gross e a sua história de força e coragem.

Gostei deste livro. É simples, tem mistério e histórias reais pelo meio. Aborda aquele que foi o momento mais atroz e terrível da nossa história - o holocausto. Faz-nos perceber, uma vez mais, que a tirania dos nazis não conhecia limites, mesmo que muitos tentassem disfarçar a sua maldade por detrás de intenções supostamente 'boas'. Faz-nos perceber, uma vez mais, a coragem das mulheres nesta guerra, o seu instinto de sobrevivência, a sua tenacidade, o seu altruísmo. É impressionante como tantas conseguiram sobreviver à fome, ao frio, à violência, a uma morte certa. A personagem Sarah Gross deste livro representa essas mulheres.

Depois de ler este livro, fiquei com mais curiosidade ainda de conhecer Cracóvia e visitar os campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Quando digo isto, muitas são as pessoas que acham que eu sou masoquista por querer visitar um local de tanto sofrimento. É verdade, é um local de sofrimento. Quem lá esteve diz que ainda se sente o cheiro da morte. E sim, é contra-natura eu, uma pessoa que só quer ver o lado bom das coisas, ter esta vontade de conhecer algo com uma carga tão negativa. Ou então não. Ou, então, talvez precise mesmo desse confronto para ver o outro lado das coisas. e para perceber outras tantas.

É esta, então, a minha sugestão de leitura para começarem este novo ano. E sim, prometo, que vou começar a deixar as minhas sugestões literárias com mais assiduidade.



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