08 setembro, 2016

Memórias

[Fotografia da minha autoria]

Esta rosa [artificial] foi-me oferecida por um estudante de Coimbra há mais de dez anos. Estava eu no meu décimo segundo ano quando fizemos uma visita de estudo à Universidade de Coimbra. E nesse mesmo dia andava uma tuna pelas ruas a cantar e a oferecer rosas às meninas e senhoras. E a mim calhou-me uma, logo a mim, a miúda das jardineiras e all stars, com um lenço na cabeça a fazer de bandolete [algo extremamente apelativo como podem imaginar]. Acho que foi nesse momento que me apaixonei pela vida académica. Um ano depois, estava eu, efectivamente, no meu primeiro ano de faculdade. Feliz por estar a viver tudo aquilo, a vida académica com a qual tinha vindo a sonhar durante um ano. Triste [uma tristeza que só hoje compreendo] por ter a certeza de que aquele não era o meu lugar. Hoje, ao remexer numa das minhas caixas de recordações à procura de umas fotografias antigas encontrei esta rosa por lá esquecida. E com ela encontrei memórias de um tempo que é já tão distante. Já não sou a miúda das jardineiras, nem das all stars, nem do lenço na cabeça a fazer de bandolete. Mas, no fundo, continuo a ser a mesma miúda cheia de sonhos e de esperança, mesmo depois de a vida nem sempre me ter tratado bem.

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