06 julho, 2016

Leituras | Catarina de Bragança

[Fotografia da minha autoria]

Com 23 anos a infanta Catarina de Bragança, filha de D. Luísa de Gusmão e de D. João IV, deixou para trás tudo o que lhe era querido e próximo para navegar rumo a uma vida nova. Entusiasmada pelo casamento com Charles de Inglaterra, rapidamente deu lugar ao sofrimento, às infidelidades do marido, ao nascimento dos seus filhos bastardos enquanto o seu ventre permanecia liso e seco, incapaz de gerar o tão desejado herdeiro.

Este livro teve direito a entrar directamente para o meu top de livros preferidos de todo o sempre. Desde miúda que alimento um fascínio por esta princesa-rainha. Talvez por ter o mesmo nome. Talvez por, tantas e tantas vezes, ouvir o meu avô dizer que eu tinha nome de princesa e de rainha. De facto, Catarina de Bragança foi uma mulher excepcional. Uma menina-mulher cujo único grande erro que cometeu na vida foi amar demais quem nunca a amou. Catarina parte de Portugal rumo a uma Inglaterra fria e cinzenta, levando no coração a esperança de um amor maior, de um amor correspondido e eterno. Aquilo que encontra é um marido infiel, que não perde a oportunidade de a desrespeitar e humilhar publicamente. Além disso, o facto de ser católica em nada abona a seu favor num país protestante. No entanto, Catarina conseguiu atrair a simpatia do povo inglês. Para quem não sabe, foi esta princesa que levou para Inglaterra o hábito de beber chá à tarde, em chávenas de porcelana. Os ingleses, apesar de já beberem chá, faziam-no esporadicamente, às refeições e em altas canecas. A subtileza e delicadeza de Catarina veio mudar este e muitos outros hábitos, deixando em 'terras de sua majestade' a sua marca.

Catarina sofreu muito enquanto foi rainha de Inglaterra. Teve de suportar a infidelidade constante do marido, assim como todos os seus filhos bastardos, enquanto ela não conseguia levar uma gravidez até ao fim. Contudo, nem só de tristeza viveu esta mulher especial, pois sempre conseguiu encontrar algo que a animasse, algo bom a que se agarrar nos momentos mais sombrios, não negando nunca um sorriso a quem quer que fosse.

Acho que já deu para perceber o quanto sou apaixonada por esta Catarina. Talvez porque, em parte, me identifico com a sua personalidade. Não sei explicar. Escusado será dizer que me fartei de chorar enquanto lia este livro. Assim como assim, recomendo muitíssimo este livro, mesmo para quem não gosta de romances históricos. Pode não parecer, mas este livro também tem passagens muito engraçadas e muito bonitas. Dêem uma oportunidade a esta Catarina. Não se vão arrepender!

5 comentários:

  1. Tive uma fase de paixão imensa por romances históricos. Sei que um dia voltará, mas por agora ando deliciado com A Song of Ice and Fire :P

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  2. Quero muito começar a investir em romances históricos e este livro parece-me perfeito para começar!

    A Vida de Lyne

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