13 abril, 2016

E se um dia me esquecer de tudo?

[Fotografia de Hannah Queen]

Uma das doenças que mais me assusta é a doença de Alzheimer. Desde que retomei o meu trabalho, tenho estado directamente envolvida num projecto que visa a melhoria da qualidade de vida dos doentes de Alzheimer, bem como a implementação de programas de estimulação cognitiva cujo objectivo é retardar ao máximo as consequências da doença.

A doença de Alzheimer é, talvez, a doença mais ingrata que há. O facto de as pessoas esquecerem partes da sua vida, nomes, pessoas, palavras, é ingrato demais. É muito triste mesmo. Tenho contactado com pessoas assim diariamente e chego ao fim do dia a pensar 'e se um dia isto acontecer comigo?', o que não é tão improvável quanto isso, uma vez que a minha avó teve essa doença, bem como a mãe e a avó dela. Ou seja, está nos genes da família, o que me assusta ainda mais. Tento não pensar muito nisso, mas é inevitável não pensar no vazio e na aflição que será se, um dia, me esquecer daqueles que amo, me esquecer daquilo que fui, daquilo que sou, se um dia me esquecer de tudo.

11 comentários:

  1. O filme "o meu nome é alice" fez-me ter mais consciência e mais receio dessa doença!!

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  2. Concordo contigo. Assusta-me imenso e também a acho uma das doenças mais avassaladoras. Esquecer-se de tudo, de uma vida...? Não...

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  3. Como te entendo...a minha avó também teve. É horrível assistir, e penso que deve ser ainda pior quando tu és o afectado e percebes o que está a acontecer...é angustiante...

    Jiji

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  4. Tenta não pensar muito nisso, o que tiver de ser será, não sofras por antecipação**

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  5. É realmente uma doença assustadora. Tenho uma pessoa próxima a lutar contra ela e é realmente assustador ver o percurso que está a fazer.

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  6. É assustador pensar nisso... Felizmente não conheço ninguém com essa doença, é muito triste...

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  7. Também tenho um medo tremendo dessa doença, custa-me imenso a ideia de perder todas as minhas experiências passadas!

    http://venus-fleurs.blogspot.pt/

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  8. É daquelas coisas que não vale a pena pensar muito, eu prefiro achar que é a forma que algumas pessoas têm de se despedir da vida mais lentamente, parece que vivem meio nesta realidade meio já na próxima até à altura de partirem mesmo :)
    Bj S

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  9. A minha avó, suspeita-se, de que teve essa doença. Nunca foi realmente diagnosticada, mas os sintomas eram esses. E foi terrível lidar com isso. As confusões mentais, a troca dos nomes das pessoas, dizer que conhecia pessoas que via na televisão, não saber o meu dia de aniversário, não saber que eu era a neta... Tinha momentos assim, mas às vezes tinha momentos de lucidez. É realmente muito triste.

    Beijinhos,
    www.luz-e-poeira.blogspot.pt

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