26 novembro, 2015

Fundamentalismos


Não gosto de fundamentalismos. Em tempos, também já fui assim. Já fui muito "oito ou oitenta". E isso prejudicou-me muitas vezes. Hoje em dia, tento ser mais flexível e ponderada. Tento não fazer das minhas opiniões verdades absolutas e confesso que fico um pouco incomodada quando fazem isso comigo. Por exemplo, com a alimentação. Sou a primeira a defender que devemos ter uma alimentação saudável, porque o nosso organismo, por certo, irá agradecer. No entanto, também sou a primeira a, de vez em quando, comer coisas menos saudáveis, porque me apetece naquele momento.

Cada vez mais vejo pessoas a defender estilos de vida como se fossem os únicos possíveis para se ser feliz. E criticam quem discorda ou quem não segue esses padrões. Cada um é livre de fazer o que quiser, desde que isso não prejudique ninguém. E ninguém tem nada que dar palpites sobre isso. Ultimamente, desde que soube deste meu percalço de saúde, tenho ouvido de tudo, "Estás assim por causa disto, devias fazer aquilo, tens de fazer uma dieta assim e assado e comer couves ao pequeno-almoço porque eu faço isso e olha só para mim como sou saudável" (também oiço comentários do género "Isso é só preguiça e mimo", mas isso já são outros quinhentos dos quais falarei em breve). Tudo isto para dizer que não gosto de fundamentalismos, nem de verdades absolutas que não o são. Para tudo na vida é preciso equilíbrio e bom senso.

8 comentários:

  1. Concordo mesmo contigo. Então na alimentação é exactamente na área onde há mais fundamentalismos. A idade ensinou-me a não ser fundamentalista em nada. Mas cada vez há mais pessoas que seguem padrões de alimentação muito rígidos.

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  2. Confesso que a ideia de fundamentalismo me faz alguma comichão, porque muita gente a usa erradamente. És vegetariano/vegano? Fundamentalista. És contra as touradas? Fundamentalista. Etc, etc. Muitas pessoas tendem a chamar de fundamentalismo o que para mim é apenas coerência. Para mim, fundamentalista é alguém que não aceita que os outros pensem diferente. Mas atenção, podemos sempre discordar dos outros e dizer que discordamos - ao dizer a alguém que acho a sua ideia X idiota não estou a ser fundamentalista.

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  3. Que as pessoas queiram esse tipo de coisas para elas mesmas é uma coisa, mas que as imponham aos outros já é invadir a liberdade e espaço pessoal dos outros e isso é pavoroso...

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  4. As pessoas adoram fazer diagnósticos ou arranjar motivos para eles. É inevitável, vais sempre ouvir isso...

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  5. "Cada vez mais vejo pessoas a defender estilos de vida como se fossem os únicos possíveis para se ser feliz. E criticam quem discorda ou quem não segue esses padrões." Tão mas tão verdade! Ultimamente tenho-me sentido quase que obrigada a mudar os meu estilo de vida por causa desses fundamentalismos de pessoas que nem bem me conhecem. Tenho sorte de ter uma melhor amiga vegan que não me impõe esse estilo de vida e vê-me a comer carne sem me julgar, mas às vezes há pessoas que até chateiam. Tenham calma minha gente!

    http://venus-fleurs.blogspot.pt/

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  6. Simplesmente é algo que nunca irei compreender.

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  7. Como te compreendo, sinto o mesmo. Oiço muitas vezes o seguinte "quem não trabalha não se casa", isto a propósito de eu estar desempregada. Até porque, claro, o trabalho de casa não cansa nada. É limpar, lavar, passar a ferro, arrumar, lavar roupa, estender, apanhar, etc. isso realmente não é trabalho, quem faz as coisas em casa não faz nada. É triste, muito triste mesmo.

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